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Comentário 24 – 3. 1: O efeito da queda

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Comentário 24 – 3. 1: O efeito da queda

20 de outubro de 2021 in Comentários sobre os Cânones., Estudo e Comentários by Pr. Abram de Graaf Tags:Cânones de Dordt, Comentários, Dordt, Estudo sobre os cânones de Dordt, Estudos

3. 1. O efeito da queda

No princípio o homem foi criado à imagem de Deus. Foi adornado em seu entendimento com o verdadeiro e salutar conhecimento de Deus e de todas as coisas espirituais. Sua vontade e seu coração eram retos, todos os seus afetos puros; portanto, era o homem completamente santo. Mas, desviando-se de Deus sob instigação do diabo e pelo seu próprio livre arbítrio, ele se privou destes dons excelentes. Em lugar disso, trouxe sobre si, no que se refere ao seu entendimento: cegueira, trevas terríveis, e um juízo leviano e perverso; no que se refere à sua vontade e ao coração: malícia, rebeldia e dureza; e também impureza em todos os seus afetos.

 

O homem foi criado de acordo com a imagem de Deus. A questão é: o que isso quer dizer?

Os Remonstrantes disseram, também, que o homem foi criado de acordo com a imagem de Deus; mas ele não foi criado de acordo com a semelhança de Deus. Ser criado de acordo com a imagem de Deus quer dizer: ele tem raciocínio. Ele pode raciociniar e deve obedecer a Deus, e assim ele ia se tornar semelhante a Deus. O homem não era santo inicialmente, mas devia se tornar santo; o homem e a sua esposa não tinha um bom conhecimento, mas eles tinham um conhecimento infantil. Eles viviam num estado de inocência; eles não sabiam que a nudez era vergonhosa; eles não se surpreenderam quando descobriram que a serpente sabia falar; eles não desconfiaram das palavras da serpente; o homem era inocente e ignorante no paraíso. Assim raciocinavam os Remonstrantes.

Os Reformados não concordaram com isso. A Palavra de Deus nos mostra as primeiras criaturas como homem e mulher, adultos, preparados para cultivar e governar a terra. Ele tinha um conhecimento de Deus e de todas as coisas espirituais. Ele não tinha um conhecimento perfeito, mas o conhecimento dele era básico e poderia crescer; a fé ia crescer. Com certeza não era igual ao conhecimento que o homem ia ter no estado da glória. O conhecimento de Adão era limitado (ele não tinha o conhecimento do mal!) e apto para crescer. Ele andava em fé, e essa fé foi alimentada pela revelação de Deus. Eles tinham conhecimento, mas não do mal, e por causa disso Gênesis 2,25 diz que Adão e Eva estavam nus, mas eles não se envergonhavam. Eles eram puros em seus afetos (isso mudou depois da queda [Gênesis 3,7]).

O homem foi criado de acordo com a imagem de Deus. Isso quer dizer que ele foi criado como representante de Deus aqui na terra. O homem e a sua mulher receberam a tarefa de cuidar da terra; eles deviam ser fecundos, multiplicar-se, encher a terra e sujeita-la. Deus os criou de tal maneira que poderiam governar a terra de acordo com a vontade de Deus: com bom conhecimento, boa justiça e em santidade (veja CdH – Domingo 3 e Confissão Belga – Art. 14).

Aqui se fala sobre o ENTENDIMENTO do homem, a sua VONTADE E CORAÇÃO e seus AFETOS.

Ele foi adornado em seu entendimento com o verdadeiro e salutar conhecimento de Deus e de todas as coisas espirituais; sua vontade e seu coração eram retos; e todos os seus afetos, puros. Portanto, era o homem completamente santo, capaz de servir a Deus.

Mas, desviando-se de Deus sob instigação do diabo e pelo seu próprio livre arbítrio, ele se privou deste dons excelentes. O que aconteceu? Como ele perdeu tudo? Ele não perdeu logo as bençãos de Deus, mas a escolha dele teve consequências; ele teve medo e se escondeu, foi expulso do paraíso, afastado de Deus; ele não vivia mais em comunhão de Deus, a luz se tornou trevas, a bondade se tornou rebeldia (Caim!), malícia e dureza (a geração de Lameque).

Podemos comparar com um casamento: o homem e a mulher se amam; vivem em harmonia e paz; confiam um no outro. Mas chegou uma outra mulher; ela é uma tentação para o homem. Quando ele se entrega a ela, ele acaba com seu casamento. O amor dele não é mais verdadeiro; não existe mais harmonia e paz. A confiança não existe mais, a esposa não confia mais nele; ele a traiu. A Traição mudou tudo: o conhecimento, o coração, os afetos e a vontade.

Os Remonstrantes não acreditaram que a vontade do homem tinha mudado. A vontade do homem não foi afetada pelo pecado; o homem ainda tem o poder de querer as coisas boas, mas ele não pode executar esse poder por causa da escuridão do seu entendimento e da irregularidade dos seus afetos. O entendimento e os afetos são afetados pelo pecado e eles atrapalham o bom funcionamento da livre vontade do homem; quando o entendimento e os afetos melhoram, a vontade pode funcionar novamente e o homem pode escolher livremente o bem.

Os remonstrantes não queriam saber de uma justiça e santidade que os primeiros homens tinham por causa da criação. Santidade é o fruto do trabalho e esforço do homem. Se Adão foi criado santo e justo, ele era necessariamente bom e não podia mais escolher. O homem era neutro, com um livre arbítrio e ele devia obedecer a Deus por meio do livre arbítrio. Ele não tinha uma justica e santidade infusa, então ele não perdeu nada na queda. Ele não podia perder o que nunca teve.

Os Reformados não aceitaram isso. A Bíblia não nos ensina isso. O homem foi criado em verdadeira justiça e santidade (Ef 4, 24). A criação do novo homem é igual a criação do primeiro homem. Cristo era o segundo Adão. A respeito dele, as escrituras dizem que era sem pecado (João 8,46 e 1 Pedro 2,22). Ele veio para restaurar a criação e o homem.

Em lugar disso, trouxe sobre si, no que se refere ao entendimento: cegueira, trevas terriveis, e um juízo leviano e perverso (2 Pe 1,9; Ap 3,17; Ef 4,17).

No que se refere à sua vontade e ao coração: malícia, rebeldia e dureza.

O homem não perdeu a sua vontade. Ele ainda pode escolher, mas ele perdeu a sua liberdade. Ele é escravo de pecado. Veja o que diz Paulo em Romanos 6 e 7, 18-20! E veja Jeremias 17,9; Ef 2,3; Ef 4,18

E também impureza em todos os seus afetos (Mt 15,19).

Os Reformados enfatizam que o homem está morto em pecado. Ele não pode se salvar ou se justificar perante Deus. Ele precisa de um salvador. De acordo com os Remonstrantes e Pelagianos, o homem não está morto em pecado; ele está doente, mas ele ainda tem o poder de melhorar a sua situação e de escolher o bem e o mal. De acordo com os Remonstrantes, Cristo não conseguiu a salvação, mas a possibilidade da salvação; ele oferece essa possibilidade e o homem é quem escolhe se será salvo. Essa heresia diminue o peso do pecado, aumenta o papel do homem e tira a honra do Salvador Jesus Cristo. Veja Lucas 18, 9-14.

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About Author

Pr. Abram de Graaf
Pr. Abram de Graaf

Abram de Graaf é “Doctorandus” (Drs) em Teologia e um dos professores do Instituto João Calvino (Aldeia, Camaragibe-PE). Ele é pastor da Igreja Reformada de Hamilton, Canadá, enviado como missionário às Igrejas Reformadas do Brasil, desde o ano 2000. É Diretor do Projeto Dordt-Brasil. Ele mora em Maceió e também desenvolve projetos nessa cidade.

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