O castigo que a justiça de Deus requer
Deus não é só completamente misericordioso, mas, também, completamente justo. E Sua justiça exige isso, conforme Ele revelou em Sua Palavra – que nossos pecados, cometidos contra Sua infinita majestade, sejam punidos nesta vida e na futura, em corpo e alma. Não podemos escapar destas punições a menos que seja cumprida a justiça de Deus.
A satisfação cumprida por Cristo
Por nós mesmos, entretanto, não podemos cumprir tal satisfação para livrar-nos da ira de Deus. Por isso, Deus, em Sua infinita misericórdia, deu Seu Filho único como nosso Fiador. Por nós e em nosso lugar, Ele foi feito pecado e maldição na cruz, para que pudesse satisfazer a Deus.
Deus não é só completamente misericordioso, mas também completamente justo.
Não existe uma contradição entre essas duas qualidades de Deus. Deus é misericordioso e por causa disso ele é, também, justo. A justiça de Deus é misericordiosa. Veja Êxodo 34, 6-8! Quando Moisés recebeu a lei, Deus revelou a sua misericórdia e a sua justiça, uma ao lado da outra (dois lados da mesma moeda): “Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade, que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais aos filhos e nos fihos dos filhos, até à terceira e quarta geração! Esse é o Deus que nós adoramos, assim como Moisés, que imediatamente se curvou para a terra e o adorou!
E Sua justiça exige isso, conforme Ele revelou em Sua Palavra – que nossos pecados, cometidos contra Sua infinita majestade, sejam punidos nesta vida e na futura, em corpo e alma;
A justiça de Deus exige que o pecado seja punido. Veja Gálatas 3, 10: “Maldito todo aquele que não permance em todas as coisas escritas no Livro da Lei, para praticá-las”. Deus não pode negar a si mesmo. “Se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma, pode negar-se a si mesmo” (2 Tm 2,13).
Não podemos escapar destas punições a menos que seja cumprida a justiça de Deus.
Veja Gálatas 3, 13: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro”. Compare isso com o que o Catecismo de Heidelberg diz em Domingo 4!
Domingo 4
Pergunta 9: Então Deus exige do homem, em sua lei, o que este não pode cumprir. Isso não é injusto?
Resposta: Não, pois Deus criou o homem de tal maneira que este pudesse cumprir a lei. O homem, porém, sob instigação do diabo e por sua própria rebeldia, privou a si mesmo e a todos os seus descendentes desses dons.
Pergunta 10. Deus deixa sem castigo essa desobediência e rebeldia?
Resposta: Não, não deixa, porque Ele se ira terrivelmente contra os pecados em que nascemos, como contra os que cometemos, e quer castigá-los por justo julgamento agora, nesta vida e na futura.
Ele mesmo declarou: “Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da Lei, para praticá-las” (Gl 3,10).
Pergunta 11. Mas Deus não é, também, misericordioso?
Resposta: Deus, na verdade, é misericordioso, mas também é justo. Por isso, sua justiça exige que o pecado cometido contra a sua suprema majestade seja castigado também com a pena máxima, quer dizer, com o castigo eterno em corpo e alma.
Os Remonstrantes não concordaram com a doutrina reformada acerca da justiça de Deus. Porém, ela tem um fundamenta bíblico. Um texto crucial é Romanos 3, 23-25, que diz o seguinte: “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gruituitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, em sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos”. Prestem atenção ao que está em negrito! O sofrimento e sacrificio de Jesus são a manifestação da justiça de Deus!! NÃO EXISTE RECONCILIAÇÂO SEM SATISFAÇÂO!
Por nós mesmos, entretanto, não podemos cumprir tal satisfação para livrar-nos da ira de Deus.
Lc 13, 24 e Mc 10, 23-26. Quem pode ser salvo? Rm 3, 23-26!
Por isso, Deus, em Sua infinita misericórdia, deu Seu Filho único como nosso Fiador.
A palavra “Fiador” é fundamental aqui. O que é um Fiador? Veja a história de Gênesis 43 e 44. Judá se colocou no lugar de Benjamin. Ele agiu como Fiador. Jesus é o nosso Fiador. Deus o apresentou como Fiador em nosso lugar.
Quer dizer: Há um processo e nós somos acusados; pior: somos declarados culpados; mas temos um Fiador que se coloca em nosso lugar! Ele vai sofrer a pena para nos salvar!
Isaías 53,5: “Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”.
Paulo disse, em 2 Co 5,21: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”.
1 Tm 2, 5: “Portanto, há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos”.
Hebreus 7, 22: “Jesus se tem tornado fiador de superior Aliança”.
Hebreus 9, 15-17: “Por isso mesmo, ele é Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebem a promessa da eterna herança aqueles que tem sido chamados”.
1 Pedro 3,18 “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus”.
Mateus 20, 28: “O Filho do Homem que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”.
Romanos 5,8: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”.
Gálatas 2,20: “O Filho de Deus que me amou e a si mesmo se entregou por mim”.
João 10, 15: “(…) e dou a minha vida para as overlhas (…)”
João 15,13; “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a propria vida em favor dos seus amigos”.